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OPINIÃO: É preciso amor para poder seguir


Sentada no restaurante, eu observo as pessoas que chegam, sentam em suas mesas, entre dois, ou quatro, ou 10. Logo, cada uma pega seu celular e começa um longo bate-papo... virtual, não entre elas. Outros têm o forte desejo de registrar o momento numa selfie e postar na rede social. Afinal, o mundo precisa saber que eu estou ali.

Aquela cena, por todos os lados, na verdade, me incomoda. Que mundo é esse?! Não conseguimos fazer as coisas mais simples da vida sem a necessidade de estarmos conectados. A gente era feliz e não sabia. Penso e ouço muito esta frase. Talvez por um saudosismo de quando os passeios eram para conversar, estamos quase trocando a roda de chimarrão por uma roda de celulares, onde parece que estamos com nossos amigos, mas, na verdade, nem estamos ali, só de corpo presente. Um rápido passeio nas redes sociais, mais especificamente lendo os comentários dos noticiários, e temos a certeza de que o mundo piorou muito em função da violência. Mas uma análise nos números não confirma. A histeria do mundo quer nos dizer que ficamos muito violentos, que a vida era mais tranquila. Não era. No final do século 19, cerca de 15% da população do mundo morria anualmente por motivos de guerras e violência nas cidades.

Este número cai para 5% na metade do século 20 e para 1% no início do ano 2000. Em 2012, essa estatística mostra que 650 mil pessoas morreram por guerras, violência urbana e ataques terroristas. Neste mesmo ano, 1 milhão de pessoas tirou a própria vida e outras 25 milhões tentaram. Hoje, esta é a segunda causa de morte entre os adolescentes. A tecnologia que nos conectou ao mundo também nos deixou muito solitários, vivemos numa sociedade extremamente egoísta, que olha mas não vê o outro. Alguma coisa está errada e precisamos com urgência nos darmos conta e nos humanizar. Precisamos resgatar o amor e a caridade com o outro, seja ele bem próximo ou nem tanto. Julgar e criticar não pode fazer parte da nossa vida diária. As pessoas, crianças, jovens, adultos, mais velhos, mais novos, reclamam atenção, precisam da nossa presença mais do que nosso presente. Se a tecnologia é importante, viver é muito mais. Precisamos resgatar para a nossa vida o maior ensinamento daquele nazareno que passou por aqui há mais de 2 mil anos.

Amar ao próximo como a si mesmo e nunca fazer ao outro aquilo que não desejamos para nós. O ouvido mais próximo para ouvir meus conselhos e minhas opiniões é o meu. Talvez seja para mim tudo que considero que seja responsabilidade do outro. Por um mundo com mais atitude e menos opiniões. Até porque a minha, a tua opinião não faz diferença, a atitude, sim. O amor, a compreensão, o olhar espiritual e interessado, sim. E vamos seguindo em frente, como diz a música do Almir Sater, porque "É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir". Entendendo e compreendendo que "Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz".

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